domingo, 29 de março de 2009

A insustentável leveza do ser

Quando releio certas passagens de crónicas, relatando factos que em tempos longinquos, "mediatizaram" a sociedade portuguesa, e que á epoca, em que foram vivenciados, pareciam insanáveis,insustentáveis pois,gerando conflitos, estimulando ódios, e bastas vezes terminando com sangue derramado inutílmente, constato eu agora, desnecessáriamente.O tempo encarregou-se pois, de os relativizar,reduzindo-os á sua verdadeira dimensão.Vem estas reflecções a propósito da actualidade em que vivemos,e dos problemas que afectam sériamente, a sociedade actual.Sem pretender de forma alguma sublimar, ou suavizar o que se passa,porque afecta directamente a vida de quasi todos nós,e a condiciona,digo que deveremos no entanto tentar manter uma atitude de algum distanciamento,e dignidade, na certeza de que a voragem do tempo se encarregará de julgar e reduzir á sua verdadeira expressão os actuais personagens menores.Desta forma a história, e não a justiça dos homens, se encarregará de julgar,e de os condenar, á sua real insignificancia.Personagens menores como os Socrates,os Loureiros, os Santos Silvas,os Altinos e quejandos,tantos e tantos, serão todos reduzidos aquilo que verdadeiramente são:pó apenas pó. O seu chico-espertismo,o ar grave com que mentem despuduradamente,a sua pose altiva,e até patética, será desmascarada ,e é essa afinal a que perdurará para sempre, na memória colectiva, e no coração da sociedade portuguesa.O resto são apenas mágoas, de termos vivido no local,e na hora erradas.Porque os enganados no fim de contas,os verdadeiros enganados serão eles.

Sem comentários: